quarta-feira, 29 de outubro de 2014

PARA CONTENTAR A AERONÁUTICA - 36 CAÇAS GRIPEN NG - QUE CONTRATO!

Brasília, 27/10/2014 - A Força Aérea Brasileira assinou com a empresa sueca SAAB o contrato para aquisição de 36 aviões de caça Gripen NG. A primeira aeronave deverá ser entregue em 2019, e a última, em 2024. A assinatura aconteceu na sexta-feira (24), nas instalações da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), em Brasília.
O contrato envolve o treinamento de pilotos e mecânicos brasileiros na Suécia, apoio logístico e a transferência de tecnologia para indústrias brasileiras. O investimento total será de aproximadamente 13 bilhões de reais.
"Nós iremos transferir tecnologia e a capacidade de projetar e construir caças", afirmou Hakan Buskhe, presidente da SAAB. A Embraer irá assumir um papel de liderança na fabricação local dos aviões, mas haverá também a participação de outras empresas brasileiras, como a AEL, Akaer, Atech e SBTA. "Vai ser um salto, não apenas para a Embraer, mas para a nossa indústria em geral", completou o brigadiero Alvani Adão da Silva, diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).
O Brasil também participará do desenvolvimento do Gripen NG e será responsável pelo desenvolvimento da versão para dois pilotos. A encomenda brasileira envolve 28 unidades monoplaces (para um piloto) e 8 biplaces (para dois tripulantes).
O desenvolvimento e produção do Gripen NG possibilitará ainda a geração de milhares de empregos diretos e indiretos no país.
De acordo com o brigadeiro José Augusto Crepaldi Affonso, presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), a assinatura ocorreu após dez meses de intensas negociações contratuais. "Nós atualizamos a proposta. Trouxemos os requisitos para um cenário mais moderno", explicou.
As negociações foram iniciadas depois do anúncio do Gripen NG como vencedor da concorrência chamada de Projeto F-X2, realizado no dia 18 de dezembro de 2013. “Naquele primeiro momento a gente já estabeleceu um cronograma para a assinatura do contrato”, conta o brigadeiro Crepaldi. A previsão era assinar antes do fim do ano. A assinatura na semana do Dia do Aviador (comemorado em 23 de outubro) também foi motivo de comemoração. "É muito simbólico para nós".
O Gripen NG foi selecionado após análises de aspectos operacionais, técnicos, logísticos, de custos e de transferência de tecnologia. O relatório elaborado pela COPAC teve 33 mil páginas e incluiu análises das indústrias, dos projetos e de uma equipe formada por pilotos, engenheiros, oficiais de logística e de outras especialidades.
Marco tecnológico
A Suécia opera versões mais antigas do caça Gripen desde 1997 e já fez exportações para República Tcheca, Hungria, África do Sul, Tailândia e para a escola de piloto de testes do Reino Unido. Mas o Gripen NG, por enquanto, será recebido somente pela Suécia e pelo Brasil.
A aeronave incorpora tecnologias como o radar Raven ES-05, capaz de identificar alvos aéreos ou de superfície a um ângulo de 100 graus da sua antena, um sensor de busca infravermelho e datalink, que possibilita a troca de informações entre caças sem o uso de rádio. Quando entrar em serviço na FAB, o Gripen NG também será o único caça do Hemisfério Sul capaz de voar a velocidades supersônicas por longas distâncias, o chamado supercruzeiro.
"Há mais de 18 anos nós esperamos por esse momento. E com certeza vai inaugurar uma nova era operacional para a aviação de caça no Brasil", disse o brigadeiro Alvani.
As 36 aeronaves multimissão serão utilizadas pela Força Aérea Brasileira em atividades de defesa aérea, policiamento do espaço aéreo, ataque e reconhecimento. A primeira unidade aérea a receber o novo modelo deverá ser o 1° Grupo de Defesa Aérea, com sede em Anápolis (GO). O Esquadrão está sem aeronaves desde dezembro de 2013, quando foram aposentados os caças Mirage 2000. Atualmente, a defesa aeroespacial brasileira é realizada por jatos F-5EM.
Gripen C/D
Após a assinatura da aquisição dos novos Gripen NG, prosseguem as negociações da FAB com a Força Aérea da Suécia para a cessão temporária de caças Gripen nas versões C/D. As aeronaves, usadas, são menos avançadas que o Gripen NG, mas já superam os F-5EM atualmente em uso. O plano seria utilizar os Gripen C/D até o recebimento das aeronaves novas.
Fonte e Fotos: Força Aérea Brasileira - Assessoria de Comunicação - Ministério da Defesa

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A ARMADILHA DO PLEBISCITO

29/10/2014 - A armadilha do plebiscito
EDITORIAL 
O ESTADO DE S.PAULO - 29/10/2014
O PT está com pressa. Sabe que ganhou esta eleição presidencial por pouco e não quer correr o risco de receber o bilhete azul na próxima. Urge, portanto, "aperfeiçoar" o sistema representativo de modo a garantir um futuro sem surpresas desagradáveis nas urnas. É essa a razão pela qual Dilma Rousseff enfatizou, em seu discurso de vitória, a prioridade com que se dedicará doravante, entre todas as reformas que há muito tempo o País reclama, à reforma política. Com um detalhe que faz toda a diferença: uma reforma política cujo conteúdo será definido por plebiscito.
Não é de hoje que o PT questiona, à sua maneira, o sistema representativo em vigor no País, pelo qual o povo elege representantes que têm a responsabilidade de propor e aprovar as leis que regem a vida em sociedade, além de fiscalizar as ações do Poder Executivo. Assim, uma reforma política, que depende de novas leis, é responsabilidade constitucional do Congresso Nacional, como Dilma teve a prudência de observar em seu discurso.
Para o PT, esse sistema representativo não funciona. O presidente do partido, Rui Falcão, manifestou claramente essa convicção no dia seguinte ao da eleição, ao comentar o discurso de Dilma e a relação de suas propostas com as manifestações de rua do ano passado: "Nós, como partido que tem relações com os movimentos sociais, só vamos obter a reforma política com essas mobilizações. Pelo Congresso Nacional, seja na atual configuração, seja na futura, é praticamente impossível". Impossível é ser mais claro. Para o PT, o que funciona é a "democracia direta", aquela em que os donos do poder cuidam para que as pessoas não façam as escolhas erradas.
A Constituição brasileira prevê duas formas de consulta popular: o plebiscito e o referendo. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) define clara e sucintamente em seu site o que significam um e outro: "Plebiscito e referendo são consultas ao povo para decidir sobre matéria de relevância para a nação em questões de natureza constitucional, legislativa ou administrativa. A principal distinção entre eles é a de que o plebiscito é convocado previamente à criação do ato legislativo ou administrativo que trate do assunto em pauta, e o referendo é convocado posteriormente, cabendo ao povo ratificar ou rejeitar a proposta".
O PT insiste no plebiscito, claro, porque quer exercer sua influência como partido do governo para definir previamente o que deverá ser submetido ao escrutínio público. É importante lembrar que, quando, em resposta às manifestações de junho de 2013, Dilma propôs cinco itens prioritários para a reforma política, o primeiro deles era a reforma do sistema eleitoral. E o debate dessa proposta no meio político resultou em seu engavetamento, com o apoio dos aliados do governo, especialmente o PMDB, pela razão óbvia de que o PT a concebera na medida exata de suas próprias conveniências.
É natural, portanto, que mais uma vez Dilma Rousseff volte a propor, agora sob o impacto de sua reeleição, o uso desse instrumento: "Com o instrumento dessa consulta, o plebiscito, nós vamos encontrar a força e a legitimidade exigidas neste momento de transformação para levarmos à frente a reforma política".
Falta agora o PT combinar o jogo com seus aliados. Não será tarefa fácil, principalmente porque o mais importante deles, o PMDB, está muito satisfeito com o espaço que ocupa e não cogita de colocá-lo em risco. No ano passado, o vice-presidente Michel Temer, peemedebista, teve um papel decisivo na tarefa de fazer Dilma recuar na ideia do plebiscito. E outro importante líder do partido aliado e presidente do Senado, Renan Calheiros, já adiantou a opinião de que seria melhor pensar, talvez, num referendo.
Uma coisa é certa: a reforma política é necessária e urgente para corrigir as distorções que comprometem o sistema representativo e aperfeiçoá-lo em benefício da democracia brasileira. Mas é preciso evitar que essa reforma seja maliciosamente colocada a serviço do projeto de poder do lulopetismo. Este é um dos desafios que se colocam para a liderança oposicionista cuja responsabilidade será doravante cobrada por mais de 51 milhões de brasileiros.
 

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terça-feira, 28 de outubro de 2014

A VERDADE SUFOCADA - CORONELISMO E A POBREZA

28/10/14 - “ CORONELISMO E A POBREZA
de Fábio Macêdo, Professor da UFRN
Coronelismo e curral eleitoral: é muito claro que nos ambientes de maior pobreza impera o "coronelismo", "voto de cabresto", e obviamente não foi o PT quem inventou, não. Apenas aprimorou.
É este coronelismo que elege no nosso estado (RN) há décadas duas famílias que se alternam no poder; que elege os mesmos e os filhos dos mesmos e os netos dos mesmos. Do Maranhão até a Bahia, passando pelo RN, por Alagoas, são os mesmos que estão no poder. No interior de cada estado, um coronel, em cada bairro um "líder comunitário". Por isso um dia votei no PT, para alternar o poder. Não apenas por isso, mas por uma profunda decepção, principalmente no campo ético, votei contra Dilma nestas eleições. Eu e 50% do Brasil mandamos um recado claro: não aguentamos mais tanta corrupção. E diremos isto ao PT, ao PSDB, ao PMDB, ao DEM, ao PSD, ao PV, a qualquer um que destrua o nosso futuro.
A ausência de uma política de Estado que leve até esta população esquecida, sem educação, que não tem apoio governamental, boa parte dependente de carros-pipas, sem água encanada, sem esgotos, sem latrinas, favorece a manipulação do voto. Falta de emprego, cidades vivendo exclusivamente de fundo de participação municipal (FPM), de emendas parlamentares carimbadas com retorno político também carimbado e dos programas assistenciais do governo, é natural que vote com o poder. Temos uma categoria de eleitor que ainda troca o seu voto por uma feirinha, por cem tijolos, por vinte Reais no dia da eleição. Uma população que ainda não exerce a sua cidadania plena e com respeito. Mas o curioso é que São Paulo e o Sul do país, regiões claramente mais desenvolvidas e com melhor nível educacional, só se lembram do Nordeste quando precisam de alguém para limpar a sua latrina ou colocar os tijolos das suas construções, ou, pior, em época de eleição.
Querem mudar esta realidade? Tragam investimentos e lutem por uma reforma educacional, política, fiscal e de desenvolvimento nacional seletivo, com incentivos fiscais firmes em regiões mais precárias, pois, ao invés de esmola, o povo nordestino quer trabalho, quer dignidade. O nordestino é um povo de fé, de garra, trabalhador, esquecido e ironicamente o mais lembrado nesta histórica eleição. Heróis da sobrevivência, os nordestinos estão sendo lembrados por muitos como vilões, quando na verdade são vítimas de um sistema que privilegia apenas os grandes centros e, nesta eleição, demonstraram ao governo federal "gratidão".
Eleitoreiros ou não, desculpe: eleitoreiros sim, todos querem a paternidade em época de eleição dos programas assistenciais, todos dizendo que irão ou aprimorar, ou ampliar, ou bonificar com 13o. salário. Vergonhoso. Ainda aguardo um candidato que fale no em que acredita e não apenas no que dá voto. Programa assistencial tem que ter prazo de validade. Tem que ser apenas, e apenas, EMERGENCIAL. O povo sabe pescar, mas precisa de ferramenta. O sucesso dos programas sociais deve ser avaliado pelos que deixam o programa e NÃO PELOS QUE ENTRAM, algo que, lamentavelmente, em nenhum momento foi discutido nesta eleição. Uma disse: "o seu programa atendeu 05 milhões, O MEU PROGRAMA ATENDEU 30 MILHÕES". O meu candidato diz: "não apenas vou manter como ampliar e aprimorar". Provavelmente isto não foi aprofundado porque os candidatos não mais ouvem as suas consciências e sim os marqueteiros. Poderiam arriscar perder voto.
Por fim, defendo uma reforma pela educação, pelo desenvolvimento e emprego, pois aí teremos um eleitor independente que definirá o futuro do Brasil, não com o estômago, mas sim com o cérebro. “

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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

TENHO VERGONHA DE SER PERNAMBUCANO


Eu tenho vergonha de ser pernambucano. Eita, povinho inculto,medíocre, mequetrefe,sem maturidade política e traidor! É por isso que somos, no Nordeste, discriminados. Cada povo tem o governo que merece, Quando o regime comunista estiver implantado pelo PT e partidos que o apoiam, vocês, inocentes úteis ou idiotas contumaz, choraram lágrimas de sangue.Que Deus tenha piedade da nação brasileira.
Morre um dos ícones da erudição, da verdadeira educação e da liberdade econômica
O homem erudito se vai. Muitos canalhas e professores desonestos, mentirosos ficam. Resta-nos levar o legado de um dos grandes mestres que este país teve. Resta-nos levar a propagar seus pensamentos, erudição,  e destreza para o que fazia, tomando-os como exemplo.
Descanse em paz, caro José Monir Nasser!
Neste vídeo, um grande exemplo do educador e profundo conhecedor da educação que era:

PROFESSOR MONIR

Por Silvio Grimaldo
A palavra educar deriva do latim ex ducare, literalmente, conduzir para fora....
 
27/05 - Tendencias e debates - O delírio de Pérsio Arida
 TENDÊNCIAS/DEBATES
FOLHA DE S. PAULO - 27/05/2011- Página A3
O delírio de Persio Arida
CARLOS ALBERTO BRILHANTE USTRA
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Muitas das "lembranças", sem datas, sem nomes, não correspondem à verdade sobre o período, em 1970, em que esteve preso no DOI 
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Em artigo publicado na revista "Piauí" de abril, intitulado "Rakudianai", Persio Arida "lembra-se", depois de 40 anos, de passagens do período em que esteve preso no DOI (Destacamento de Operações de Informações) de São Paulo por sua militância na VAR-Palmares.
Muitas dessas "lembranças", sem datas, sem nomes, não correspondem à verdade.
 
07/08/13 - A ‘democracia’ das Farc
Na retomada das eonversações de paz entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo colombiano, em Havana, a narcoguerrilha marxista faz exigências que, se aceitas, representarão a completa desmoralização do Estado.
O Estado de S. Paulo - 07/08/2013

A negociação, mediada por Cuba, Venezuela, Noruega e Chile, começou em 2012 e tem sido, no geral, positiva, embora esteja ocorrendo sem um cessar-fogo. Em maio passado, as partes chegaram a um acordo sobre uma reforma agrária, uma das principais imposições da guerrilha. Entre os pontos acertados estão a criação de um fundo para compra de terras e a implantação de programas para capacitação rural, além de investimentos em saneamento, educação e saúde para os pequenos agricultores. Está previsto ainda um plano de combate à fome na zona rural.
 
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domingo, 26 de outubro de 2014

DINHEIRO E PODER

Sempre que ouço um político de esquerda verberar em tom profético a cobiça capitalista,pegunto-me
 se ele imagina mesmo que o anseio de poder é uma paixão moralmente superior ao desejo de dinheiro, ou se simplesmente finge acreditar nisso para se fazer de santinho. Evidentemente, não há terceira alternativa. Nenhum militante esquerdista quer fazer uma revolução só para depois ir para casa viver  como obscuro cidadão comum da república socialista: cada um deles é, por definição, o virtual detentor de uma fatia de poder no Estado futuro. Essa é , entre os adeptos de um partido, a única diferença entre o militante  e o simples eleitor. Ao assumir a luta revolucionária, o mínimo que um sujeito espera é um cargo de comissário do povo. Afinal, não teria sentido que, após ter arcado com a responsabilidade de líder ativo  na destruição do capitalismo, desse menos de si à "construção do socialismo". ( O mesmo, é claro, aplica-se, mutatis mutandis, aos militantes do facismo ou de qualquer outra proposta  de mudança radical da sociedade. Enfatizo o socialismo pela simples razão de que no Brasil de hoje não há um movimento  de massas de inspiração facista.)
   Toda militância revolucionária é, pois, inseparável da ânsia de poder, e é  preciso um brutal descaramento ou uma inconsciência patológica para não perceber que essa paixão é infinitamente destrutiva que o desejo de riqueza. A riqueza, por mais que as abstrações dos financistas tentem relativizá-la, tem sempre um fundo de materialidade - casas, comida, roupas, utensílios - que faz dela uma coisa concreta, um bem visível que vale por si, independentemente da opulência ou miséria circundantes. Já o poder, como bem viu Nietzsche, não é nada se não é mais poder. Isto é a coisa mais óbvia do mundo: poer mais mediada que esteja pelas relações sociais, a riqueza é, em última instância, domínio sobre as coisas. O poder é domínio sobre os homens. Um rico não se torna pobre quando seus vizinhos também enriquecem, mas um poder que seja igualado por outros poderes se anula automaticamente.  A riqueza desenvolve-se por acréscimo de bens, ao passo que o poder, em essência, não aumenta pela ampliação de seus meios, e sim pela supressão dos meios de ação dos outros homens. Para instaurar um Estado policial não é preciso dar mais  armas à polícia; basta tirá-las dos cidadãos. O ditador não se torna ditador por se arrogar novos direitos, mas por suprimir velhos direitos do povo.
   Foi preciso que a inteligência humana descesse a um nível quase infra-natural para que uma filosofia - ou coisa assim - chegasse a inverter equação tão evidente, vendo na miséria o fundamento da riqueza e no poder político o instrumento criador da igualdade.
   O fenômeno mais característico do  do século XX, o totalitarismo, não foi um desvio ou acidante de percurso no caminho do sonho democrático:  foi a consequência inescapável de uma aposta suicida na superioridade moral do poder político e na sua missão social igualitária. O resultado dessa aposta está diante dos olhos de todos. A prometida igualdade econômica não veio, mas, em contrapartida, a diferença de meios de ação entre governados e governantes cresceu a um ponto que os mais ambiciosas tiranos da Antiguidade não ousaram  sequer sonhar. Júlio César, Átila ou Gêngis Khan recuariam horrorizados se alguém lhes oferecessem  os meios de escultar todas as conversas particulares ou de desarmar todos os homens adultos.  Hoje os governantes já estudam como programar geneticamente a conduta das gerações futuras. Não se contentam com o poder destrutivo dos demônios; querem o poder criados dos deuses. 
   É uma das mais atrozes perversidades da nossa época que o homem imbuído do simples desejo de enriquecer seja considerado um tipo  moralmente lesivo  e quase um criminoso, enquanto o aspirante ao poder político é visto como um belo exemplo de idealismo, bondade e amor  ao próximo. Um século que pensa assim clama aos céus para que lhes enviem um Stalin ou um Hitler.
Atenção: Este texto foi retirado integralmente do Livro: "O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota", página 216, de autoria do filósofo, Olavo de Carvalho.
 

Alerta Total: Brasil tem futuro? Com Dilma, não! Com Aécio...

Alerta Total: Brasil tem futuro? Com Dilma, não! Com Aécio...: Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net Todo cachaceiro militante e todo torcedo...
26/10/14 - Amanhã, recomeçamos
Por Fernando Gabeira 
O Globo - 26/10/2014
Foi uma longa batalha que não só dividiu o país como dividiu amigos 
Mais um domingo, o último de outubro. Hoje é dia. Foi uma longa batalha que não só dividiu o país como dividiu amigos. A partir de amanhã, é hora de falar em reconciliação. Individualmente, não se pode ignorar o outro. Politicamente, é um erro ignorar metade do país. Não importa que vencedor, o discurso dos primeiros dias tentará cicatrizar as feridas do embate. O problema é que o PT acredita no confronto, na oposição dos contrários, como a única lei do movimento.
Confesso que conheci Dilma melhor nessa campanha. Sobre sua visão política e o assalto à Petrobras já escrevi muito. Registro a decadência cotidiana da política nacional. E temo que estas eleições tenham apenas acentuado minhas advertências. Em todas as minhas viagens pelo Sudeste, esbarrei com a seca. No Rio Piracicaba, na nascente do São Francisco, até a Fonte da Vovó, em Guaratiba, em muitos lugares surgem as marcas da estiagem. E nada de seca nos debates. Não me refiro à inútil tentativa de culpar um ao outro pela seca. Mas uma política de recursos hídricos, recuperação dos rios, fortalecimento dos comitês de bacia, que é uma excelente ferramenta de gestão.
Desde muito que as evidências já não importam mais. Os cínicos triunfaram impondo a tese de que importam apenas as versões. A suprema vitória foi adoção da tática de Goebbels: repetir a mentira muitas vezes para que se confunda com a verdade.
E não é só a adoção de uma tática nazista que marca a descida aos mais baixos níveis de luta política. Há também a admiração dos observadores que se apegam à sua eficiência eleitoral e a medem em números de pesquisa. Quando digo que conheci melhor a Dilma é porque, nessas eleições, através de muitos vídeos, observei nela algo que é muito caro entre escritores: a luta com a palavra, a luta mais vã, segundo o poeta Carlos Drummond.
No entanto, não era exatamente a angustiante escolha da palavra certa que me chamou a atenção, mas sim a fuga escorregadia de proparoxítonas e o sumiço repentino de expressões como tsunami. É uma questão de memória. As revistas científicas divulgam uma pesquisa feita no Massachusetts Institute of Technology que revela algo interessante sobre o tema. Se ao ouvirmos o som da buzina não a associarmos com a vinda de um carro, isso é muito perigoso. Por outro lado, estabelecer vínculos entre milhares de acontecimentos pode ser inútil, criando medos artificiais.
As pesquisas revelaram que na região do córtex se produzem células destinadas a reprimir os neurônios que são responsáveis pela lembrança. Lá dentro do cérebro já existe uma luta independente de nossa vontade entre o lembrar e o esquecer. Depois do debate do SBT, visivelmente cansada, Dilma esbarrou na palavra inequívoca e capitulou na palavra mobilidade: deu um branco. Ela já estava dando sinais de cansaço no final do debate. Numa das perguntas, completou as últimas frases com clichês, demonstrando que acionara o piloto automático. Momentos depois, os gestos começaram a ganhar autonomia. Creio que ela estava, inconscientemente, tentando apoiar o queixo com a mão, disfarçando a tentativa alongando o gesto.
Numa conferência que realizou na CNI, disponível na internet, não havia sinais de cansaço. Mas a memória também falhou. Essa palestra ficou conhecida na internet por causa do erro aritmético: Dilma disse que treze menos quatro é sete. Todos riram e adiante ela corrigiu sua conta. O mais interessante no vídeo é sua luta com a palavra tsunami, que se escondeu numa gaveta, recusava-se a aparecer. “Aquele furacão, aquele Fukushima... no Japão, como é que chama? Tsunami.”
Lembrei-me do meu pai. Ele usava a expressão genérica “como é que chama” para se referir a todas as palavras que escapavam de sua memória:
— Menino, vai ao lado do fogão e pega a como é que chama.
Era preciso ir atento e procurar ao lado do fogão aquilo que poderia ser a como é que chama. Voltava triunfante com a vassoura, certo de que era ela.
Sinceramente, não sei se, em termos eleitorais, todos os lapsos atrapalham Dilma. Os discursos políticos são tão pasteurizados que, às vezes, uma performance como a do tsunami dá uma certa vida. Se for reeleita ao longo desses anos difíceis, talvez os burocratas só a deixem fazer intervenções lendo um texto. Os lapsos são apenas o traço pessoal a ser sepultado pela cuidadosa criação da imagem. Como os neurônios de Dilma vão se combinar para inibir ou produzir lembranças é uma nota ao pé de página nessa campanha de maré baixa na política.
Há certamente temas para não serem esquecidos: esquemas de suborno na sua base aliada, o processo de corrupção na Petrobras, crise hídrica, economia em baixa, violência em alta. De uma certa forma, a luta de Dilma com a palavra a humaniza. É a pessoa pedindo socorro, sob a pesada armadura de estadista em que a cobriram. Uma fantástica máquina de propaganda e um poderoso esquema de corrupção ocuparam o lugar central na política. Até quando? Hoje à noite, saberemos. E amanhã, recomeçamos. Com que esperanças e frustrações, só a definitiva pesquisa das urnas vai dizer.


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